terça-feira, 29 de junho de 2010

Palestra: “Como elaborar um plano de trabalho”, ministrada por Elisete Rasera.
21/06/10

Na reunião do dia 21 de junho, foi realizada uma palestra sobre “Como elaborar um plano de trabalho”, ministrada por Elisete Rasera, educadora formada em Economia Doméstica.
Primeiramente foi desenvolvida uma dinâmica para a integração do grupo e, após a palestra, foi discutida a proposta dos moradores em trabalhar na preparação de um bingo, com o objetivo de melhorar e ampliar a participação dos moradores em atividades coletivas, realizar um exercício de organização e entrosamento entre os membros da associação.

Formaram - se então equipes que dividirão a tarefa de organizar o Bingo, para que este evento atinja seus objetivos:
1- Aquisição de prendas: Célia / Abílio / Lucia
2- Divulgação : Jorge/ Vera e Marina
3- Vendas do Bingo: Edna/Vera/ Marina/Célia/ Danda
4- Preparação do Local e Organização dos Materiais:Justini/ Madalena / Danda
5- Comes e bebes: Joaquim/Maria José/ Beth


ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS/PLANEJAMENTOS COLETIVOS¹

Todo projeto / plano de ação / planejamento que se pretende democrático deve ser participativo, flexível, coerente e claro. Participativo porque deve expressar o desejo dos envolvidos, contendo opiniões, ideias e sugestões discutidas entre todos. Flexível porque deve permitir modificações e adequações ao longo do processo. Coerente porque todas as etapas devem estar alinhavadas com a filosofia e os objetivos do projeto. Claro porque precisa ser do entendimento de todos.
1. O que se pretende fazer ou investigar? A resposta a esta pergunta constitui o TÍTULO do projeto, que deverá deixar transparecer a natureza ou objetivos do mesmo. Deve-se cuidar que o título não seja muito extenso.
2. Por quê? A resposta a esta pergunta fornece a JUSTIFICATIVA, as razões, a relevância da realização do projeto. Destacam-se neste item acontecimentos relacionados com o tema e a importância do projeto para a comunidade. Revela a visão de futuro desta comunidade, embasada na realidade para que um dia o sonho se concretize. O olhar que se debruça sobre esta realidade fotografa o momento, o tempo, o espaço, a história, o que as pessoas pensam, temem, acreditam, desejam, sabem e desconhecem. A esta fotografia chamamos diagnóstico.
3. Para quê? Aonde se quer chegar? O que se pretende com esta intervenção? Que resultados almejamos? As respostas a estas questões esclarecem os OBJETIVOS do projeto que se pretende realizar. Os objetivos devem ser redigidos de forma clara, pois vão direcionar todo o trabalho. É importantíssimo não perder de vista os objetivos do projeto, para que se estabeleçam com precisão, a metodologia, os recursos, o público alvo, etc.
4. Qual expectativa? Responder esta pergunta permite relacionar tudo o que se espera realizar durante o desenvolvimento do projeto, ou seja, os resultados esperados. É importante que sejam cuidadosamente previstos e claramente listados, indicando a quantidade (numérica ou percentual), pois, tanto o planejamento de ações e atividades, como os indicadores de avaliação do projeto serão feitos com base nos resultados esperados.
5. Como? Trata-se aqui da METODOLOGIA, dos procedimentos, das estratégias, das etapas a serem adotadas para que os objetivos sejam alcançados. Define como fazer, ou seja, trata-se da operacionalização do trabalho. Que passos o trabalho deve seguir? Qual a metodologia a ser utilizada nas atividades? Como será feita a divisão de papéis? Que responsabilidades caberão a cada um? Que temáticas respondem às necessidades diagnosticadas? Quais as atividades a serem vivenciadas a partir das temáticas priorizadas?
6. Com quem? Corresponde ao item RECURSOS HUMANOS, isto é, quais são as pessoas (educadores, pais, educandos, funcionários, pessoal de apoio) envolvidas na execução do projeto, número e função dos participantes, incluindo os recursos da comunidade e as possíveis parcerias.
7. Com o quê? Responde aos RECURSOS FÍSICOS (sala, pátio, luminosidade, ventilação); RECURSOS MATERIAIS (papel, lápis, quadro, giz, mesa, cadeira, gravador, filmadora, máquina fotográfica, TV, vídeo, etc. – é importante listar o material necessário – o que está à disposição, o que será preciso adquirir e suas respectivas quantidades); RECURSOS FINANCEIROS (refere-se ao dinheiro que se pode dispor para a compra de material no desenrolar do trabalho, para pagamento das despesas com pessoal, alimentação, transporte, espaço físico, etc.).
8. A Quem? É a clientela a que se destina o trabalho. Define o PÚBLICO ALVO QUANTIFICADO.
9. Quando? Respondendo a esta pergunta, teremos o CRONOGRAMA, que é a previsão, no tempo, de cada etapa do trabalho, incluindo a redação do relatório final. O cronograma pode ser organizado em dias, semanas, meses, trimestres, etc., conforme a duração global do projeto. Para sua montagem é preciso conhecer o tempo disponível para a realização do trabalho, distribuindo-se por esse tempo as atividades escolhidas – estratégias – e as pessoas responsáveis para conquistar os objetivos propostos.
10. O que conseguimos? O que manter? O que modificar? As respostas a estas perguntas revelam ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. Apesar de ser colocada como uma etapa final, a avaliação acompanha todo o trabalho como prática contínua e sistemática. É uma importante ferramenta pedagógica e componente de capacitação dos participantes do projeto. Cada atividade realizada ao ser avaliada permite não só verificar se o que foi planejado tem trazido resultados, se os objetivos estão sendo atingidos, que mudanças podem ser observadas, se é necessário replanejar, como também estimula o crescimento e autonomia dos envolvidos.

¹ Texto adaptado por Elisete Rasera para fins pedagógicos das seguintes fontes:

- Revista de Ensino de Ciências nº 24, março 1993, páginas 36 e 37
Terezinha Valim Oliver Gonçalves Universidade Federal do Pará Centro de Ciências Exatas e Naturais
Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico Projeto “Feiras Regionais e Estadual de Ciências”
(UFPa/SEDUC/CAPES)

- Manual para educadores de adolescentes de Comunidades Populares – Uma aventura entre o relato de experiências, a reflexão e os caminhos possíveis – Fundação Odebrecht – Mosteiro de São Bento da Bahia – 1996, págs. 33 a 42.

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